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Em busca do perdão

 Perdoa-me, se posso pedir, por cada ferida, por cada silêncio, por cada partida. Eu sei que falhei, tantas vezes, em vão, e deixei marcas fundas no teu coração. Queria voltar, desatar cada nó, refazer o que fiz sem te deixar só. Mas me perco nas falhas, me vejo no espelho, tentando consertar o meu velho conselho. Prometi ser presença, ser amparo fiel, mas te entreguei sombras onde havia céu. Deixei que o orgulho falasse tão alto, e só agora entendo o tamanho do salto. Aceita o meu pedido, meu sincero lamento, pois é grande o peso do arrependimento.

Uma tela embaçada.

 Na cacofonia do mundo, sinto-me perdido, uma miragem de mim mesmo. Cada olhar, cada palavra, distorce minha própria existência. Sou uma tela embaçada, onde os outros pintam suas projeções, suas expectativas, suas decepções. Meu reflexo no espelho é uma ilusão, uma caricatura distorcida do que fui, do que poderia ser. A pressão para se encaixar em moldes alheios me desfigura, me desumaniza. Anseio por encontrar a verdadeira essência dentro de mim, mas ela se perde no labirinto das opiniões alheias. Distorcem minha própria existência até eu mesmo não reconhecer quem sou.

A escuridão da solidão.

Na sombra densa da tristeza me encontro, Um peso no peito, um eco no pranto. Cada suspiro é uma prece ao vazio, Num mar de melancolia, estou perdido. As lágrimas são rios que não cessam, E a solidão é a única companhia. O sorriso desbotado, a alma em desalinho, Neste labirinto de dor, não vejo o caminho. É como se a tristeza fosse minha sombra, Seguindo-me aonde quer que eu vá. E na escuridão da noite, ecoa o lamento, De um coração partido, buscando alento

Uma velha lembrança...

Ah, como eu gostaria de ter feito mais por você, De ter sido o sol que aquece e faz florescer. Gostaria de ter sido a mão que te acolhe, Em cada desafio, em cada noite que anoitece. Se pudesse, teria sido a brisa suave, Que afasta as mágoas e traz paz à sua nave. Teria sido o ombro onde repousar sua dor, E a voz que te encoraja a sempre seguir em frente, com amor. Gostaria de ter sido mais do que uma velha lembrança, Mas um porto seguro em meio ao perigo. Teria sido o abraço que te conforta, E a presença constante que nunca te importuna. Se ao menos pudesse voltar no tempo, Faria tudo diferente, sem lamento. Dedicaria mais tempo, mais cuidado, traria só  verdades e mais zelo, Para que nunca sentisse solidão, desamparo, desvelo. Mas mesmo que o passado não possa ser mudado, Saiba que meu amor por você nunca foi abalado. Mesmo que de agora em diante, não estou mais ao seu alcance, Para ser mais do que um mero espectador, mas sei, que de longe cuido de você, mesmo sem ter chance.

Destroços que a mentira causa.

 Perder tudo por causa das próprias mentiras é como caminhar por um labirinto de ilusões, onde cada passo afunda mais fundo na escuridão do autoengano. Cada palavra falsa é como uma pedra lançada em um lago, criando ondulações que distorcem a própria essência. Agarrando-se às mentiras, perdi o rumo da verdade, e agora me encontro perdido em um mundo de espelhos que refletem uma imagem distorcida de quem eu costumava ser. A busca pela redenção torna-se uma jornada solitária, enquanto tento encontrar um vislumbre da minha verdadeira identidade entre os destroços das minhas próprias decepções.